"Head and hands need a mediator. The mediator between head and hands must be the heart!" – Maria
Numa cidade futurista fortemente dividida entre a classe trabalhadora e os urbanistas, o filho do mentor da cidade apaixona-se por um profeta da classe trabalhadora que prevê a vinda de um salvador para mediar as suas diferenças.
O filme Metropolis do diretor Fritz Lang é profético em alguns aspectos vitais de como o mundo se organizou politicamente. O estado totalitário nascendo da fusão entre os poderes político e financeiro, a ligação entre ciência e satanismo, e destes com o poder num verdadeiro pacto diabólico, a imagem da graça deturpada (a falsa Maria) pervertendo as classes superiores e pregando revolução junto as inferiores, uso da religião com propósitos revolucionários (e.g. Teologia da Libertação), o Poder fomentando revolta para justificar medidas ainda mais totalitárias... tudo isso já domina o cenário mundial na direção antecipada pelo filme na década de 20 do século passado.
Há uma grande carga de simbolismo no filme: o cientista que só tem a mão esquerda (a sinistra), o edifício do mega-capitalista que parece a Torre de Babel, o olho caído da falsa Maria (macaqueação do original), a revolução fazendo mal ao próprio povo (destruição da represa)...
Mas a mensagem final é positiva. Maria desafia a oligarquia com o culto cristão. Ela pede aos trabalhadores que amem ao próximo, esta é a principal mensagem. O coração vai ligar os dois extremos, a cabeça e as mãos, as castas superiores com os sudras. No final o espírito cristão reina sobre a maldade.
Filme Nota 5 (escala de 1 a 5)