“Only an audience can give validity to a film, and as a filmmaker you are constantly searching for this community of acceptance. There's nothing quite as unresponsive as a white sheet at the far end of an auditorium in front of an arrangement of chairs. The audience gives a film credence, they draw from their knowledge to determine whether what they're watching is valid. There is always that moment of truth when you've finally put the film together, and you're running it in a theater and being subjected to what could be the very unfriendly scrutiny of the audience. Sometimes you discover they're with you, and that's great pleasure. And also during that voyage of discovery you're finding where you're sailing a different course from the audience, a lesson that's not to be forgotten.” – George Stevens
George Stevens é considerado um dos criadores do cinema clássico americano. Ele foi indicado cinco vezes ao Oscar de melhor diretor, ganhando o prêmio duas vezes. Cada um dos filmes de Stevens tem sua marca única. Conhecido como um artesão meticuloso, com um bom olho para a composição e um toque sensível com os atores, tendo obtido grandes performances de alguns dos maiores astros de Hollywood.
Antes da II GG Stevens construiu uma reputação como diretor de romances, comédias e aventuras. Mas algo o afetou durante a guerra, se antes ele tinha um senso de diversão e graça, depois do conflito sua obra tornou-se melancólica e até sombria, porém foi quando ele produziu e dirigiu seus melhores filmes
Seguem comentários sobre alguns de seus filmes mais interessantes:
Swing Time (1936): Jogador, dançarino e malandro 'Lucky' Garnett é desafiado pelo pai de sua noiva a conseguir US$ 25 mil para provar ser digno de sua mão. Mas depois de se apaixonar por uma instrutora de dança, Lucky fará de tudo para não angariar este valor. O melhor filme da dupla Fred Astaire e Ginger Rogers pela forma como a dança é integrada ao filme. Além de grandes dançarinos, ambos dançavam juntos com uma alegria não vista por nenhuma outra dupla – eles eram tão bons, e sabiam que eram tão bons, que parece dançarem em comemoração aos seus talentos.
Gunga Din (1939): Na Índia do século XIX, três soldados britânicos (interpretados por Cary Grant, Douglas Fairbanks, Jr., and Victor McLaglen) e um carregador de água nativo devem impedir o renascimento de um culto assassino que pode devastar o país. Adaptação do poema Gunga Din (1890) e dos contos Soldiers Three (1888) de Rudyard Kipling. Aventura em tom humorístico que funciona em ambos gêneros, e influenciou muitos outros filmes como Indiana Jones and the Temple of Doom (1984), The Man Who Would Be King (1975) e The Party (1968).
I Remember Mama (1948): Jovem escritora relembra seus altos e baixos ao crescer como um dos quatro filhos de pais imigrantes noruegueses na década de 1910 em São Francisco. Baseado no livro de memórias Mama's Bank Account (1943) de Kathryn Forbes. Maravilhosa visão idílica da família. Profundamente humano, divertido e comovente – um filme perfeito.
A Place in the Sun (1951): Jovem pobre (interpretado por Montgomery Clift) consegue um emprego com seu tio rico e acaba envolvendo-se com duas mulheres. Baseado no romance An American Tragedy (1925) de Theodore Dreiser. O protagonista consegue com seu esforço e inteligência ascender socialmente, porém acaba dividido entre dois mundos sem caber em nenhum deles. Bom para lembrar que um homem pode ser moralmente culpado de algo que não tenha cometido de fato (o aborto frustrado e o “acidente” no lago), e que a punição às vezes é o remédio pelo qual Deus pode curar uma alma amargurada. O filme deu a Stevens o Oscar de melhor diretor em 1952.
Shane (1953): Ex-pistoleiro defende colonos em Wyoming de 1899. Um dos melhores westerns de todos os tempos, e a obra-prima de George Stevens.
Giant (1956): Longo épico (3h21m de duração) cobrindo a vida de um criador de gado do Texas e sua família. Adaptação do romance homônimo de 1952 escrito por Edna Ferber. Melodrama com algumas situações algo forçadas e demasiados clichês sobre xenofobia, mas que vale a pena, principalmente, por duas razões: (a) ver o amor e o respeito pela instituição do matrimônio vencer as agruras do casamento provocado pelas diferenças culturais do casal Benedict (interpretado por Rock Hudson e Elizabeth Taylor), e (b) o retrato de um ressentido social (interpretado por James Dean) escravo de sua inveja e do desejo de aceitação pelos demais – ele é incapaz de mudar como fez a família Benedict ao longo do filme (“After one hundred years, the Benedict family is finally a real big success” conclui a personagem de Elizabeth Taylor na última cena). Valeu o segundo Oscar de melhor diretor para Stevens. Último filme de James Dean que morreria antes do término das filmagens.
The Diary of Anne Frank (1959): Durante a Segunda Guerra Mundial, uma adolescente judia e sua família são forçadas a se esconder na Holanda ocupada pelos nazistas. Adaptado da peça inspirada no diário mantido por Anne Frank enquanto estava escondida por dois anos com sua família durante a ocupação. O filme captura o espírito animado de Anne, anotando seus sentimentos sem nenhum pingo de autopiedade e sempre se esforçando para buscar o melhor em um mundo absolutamente conturbado.
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