Em meio aos horrores do comunismo temos a ascensão espiritual de um agente da polícia secreta da Alemanha Oriental (Stasi) escalado para espionar um casal de artistas. A (mesmo que claudicante) busca do que é bom, belo e verdadeiro empreendida pelo casal contrasta com a vida vazia do agente, reascendendo a centelha divina no coração deste – a beleza da Sonate vom Guten Menschen (composta para o filme por Gabriel Yared) marca o momento desta guinada comportamental. Assim, o cruel homem do início do filme transforma-se ao ponto de sacrificar-se anonimamente, sacrificar-se pelo que é certo, ou simplesmente para agradar a Deus.
O controle de informação forçado pelos aspirantes a tirano visa afastar o homem da verdade, e via de regra é acompanhado pela imposição da feiura em todas as artes, alijando o homem do belo, num diabólico processo de desumanização.
Filme Nota 5 (escala de 1 a 5)