Qual a atração em assistir ao longo de pouco mais de duas horas a passagem de quatro anos da existência de uma norueguesa desinteressante, egocêntrica e egoísta? De uma mulher de trinta e poucos anos que assiste a vida deixando-a para trás enquanto vive uma eterna adolescência? De uma muliada que sorri de satisfação quando tem um aborto espontâneo? Nenhuma.
Com muita boa vontade se poderia extrair do filme a noção de dificuldade em encontrar uma pessoa quando ainda não se conhece a sim mesmo, ou então da perda de melhor juízo quando apaixonado, ou ainda o quão decepcionantes tendem a ser os sonhos de amor-perfeito. Mas isso só poderia funcionar se as personagens fossem adolescentes, o que não é nem de longe o caso aqui.
Involuntariamente o filme acaba retratando uma sociedade espiritual, intelectual e moralmente decadente. Suposta jornada de autoconhecimento que não sai da espiral de promiscuidade, vícios e inconsequência, verborreia com pretensão de erudição, e fragilidade emocional (com direito a ecochatos e feminazis) são a tônica da narrativa.
Involuntário também deve ter sido o título do filme. Provavelmente queria referir-se a como as pessoas devem sentirem-se ao tomar decisões equivocadas e cometer erros crassos, mas acaba (hiperbolicamente) descrevendo a protagonista.
Filme Nota 1 (escala de 1 a 5)
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