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Terra em Transe (1967)


Somente o domínio do pensamento esquerdista no meio artístico explica o sucesso que Terra em Transe de Glauber Rocha goza junto aos críticos. Tentei assistir o filme com benevolência, ignorando os diálogos tão pretensiosos quanto falsos, a descontinuidade do roteiro, o estilo forçado e artificial de montagem de cena característico de Rocha, as ridículas alegorias pretensamente simbólicas, e até a risível atuação canastra de Jardel Filho. Mas mesmo deixando tudo isso de lado, o filme ainda é abaixo da crítica. A saga do poeta-jornalista-revolucionário destila todos os estereótipos e chavões ideológicos que tanto deleitam as deturpadas e limitadas mentes da esquerda. Até as pretensas autocríticas à esquerda não convencem qualquer um que tenha mais de dois neurônios.

Um filme que deseje enquadrar-se no panorama da alta cultura de uma sociedade deve ter a capacidade de apreender, em dado momento, o que significa pertencer a esta sociedade dentro da escala universal de valores. Apreender o que está acontecendo e refletir isto com qualidade na tela, de tal forma que possamos captar a estrutura interna desta sociedade e as possibilidades do indivíduo na mesma. Glauber Rocha não faz nada disto. Nunca o fez. Terra em Transe é pura propaganda ideológica revestido daquela pretensão artística tão típica dos anos sessenta.

Filme Nota 1 (escala de 1 a 5)

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