
Seguem curtas anotações sobre alguns filmes lançados em 2020 (notas dos filmes entre parênteses – escala de 1 a 5):
Boss Level: Preso em um loop temporal que repete constantemente o dia de seu assassinato, um ex-agente das forças especiais deve desvendar o mistério por trás de sua morte prematura. Versão de Groundhog Day para gamers. (1)
Rougue City: No meio da corrupção policial e das gangues em guerra em Marselha, um policial leal precisa proteger seu esquadrão resolvendo o problema com suas próprias mãos. Já batida história de policiais que não seguem a lei e misturam-se com bandidos. Enredo rebuscado. Suicídio exagerado e nada explicado. É o fim das instituições e o império do relativismo. (2)
Eurovision Song Contest: The Story of Fire Saga: Aspirantes a músicos têm a oportunidade de representar o seu país na maior competição musical do mundo. Absolutamente ridículo, mesmo para o baixíssimo padrão do ator (e aqui também roteirista) Will Ferrell. (1)
Another Round: Quatro professores do ensino médio consomem álcool diariamente para ver como isso afeta suas vidas. Homens débeis e pusilânimes embebedando-se. Apologético dos abusos juvenis, laudatório ao consumo de álcool e contrário a maturidade responsável… um desastre. (1)
Extraction: Destemido mercenário embarca na extração mais mortal de sua carreira quando é alistado para resgatar o filho sequestrado de um criminoso encarcerado. Será impossível fazer um filme de ação refletindo seres humanos normais? As cenas de ação são exageradas para além do suspension of disbelieve, mulheres são apresentadas com alta dosagem de testosterona, e bandidos são estereotipados – tudo sem envolvimento emocional com as personagens ou situação. (2)
Fireball: Documentário de Werner Herzog sobre cometas e asteroides e seu impacto físico e cultural sobre o homem. O tema é interessante mas se perde na idolatria de subculturas. (2)
Force of Nature: Ladrões planejam um assalto durante um furacão, mas encontram problemas quando um policial tenta forçar todos no prédio a evacuarem. Nem Mel Gibson salva um enredo fraco e exagerado. A troca de uniforme só pode ser piada, e o uso do negro perseguido pela polícia já deu o que tinha para dar. (1)
Greyhound: Vários meses após a entrada dos EUA na II GG, um inexperiente comandante da Marinha dos EUA deve liderar um comboio aliado sendo perseguido por submarinos alemães. Baseada em romance The Good Shepher de C. S. Forester. Filme de guerra interessante, mas com personagens pouco desenvolvidas. (3)
I’ll be gone on the dark: Documentário sobre uma série de crimes não resolvidos na Califórnia nas décadas de 1970 e 1980. Poderia ser um belo documentário da caça ao Golden State Killer, mas exageram no #metoo, nas mentiras sobre os anos 70 e na glorificação de uma mulher problemática. (1)
Mank: Hollywood dos anos 1930 é reavaliada através dos olhos do roteirista alcoólatra Herman J. Mankiewicz enquanto ele luta para terminar o roteiro de Cidadão Kane (1941). Partindo de uma duvidosa teoria da crítica de cinema Pauline Kael (1919-2001) sobre a autoria do roteiro em questão, o diretor David Fincher faz uma ridícula hagiologia de Herman J. Mankiewicz. O que dizer de um sujeito que diz odiar o sistema de Hollywood e, mesmo podendo facilmente trabalhar em outra área, prefere morrer apegado àquele sistema? A única imagem que transparece com credibilidade no filme é do alcoólatra, viciado em drogas, mau marido e pai ausente. (1)
Possessor: Agente trabalha para uma organização que usa tecnologia de implante cerebral para habitar o corpo de outras pessoas, levando-as a cometer assassinatos para clientes ricos. Mais um desastre de Brandon Cronenberg, que segue enxovalhando o nome do pai. Enredo ridículo, atores terríveis (é doloroso assistir ao ator Christopher Abbott). (1)
Rider of Justice: Markus vai para a casa de sua filha adolescente, Mathilde, quando sua esposa morre em um acidente de trem. Tudo parece ter sido um acidente trágico até que um geek da matemática, que também era passageiro do trem, e seus dois colegas aparecem. O que foi isso? Um libelo contra a masculinidade? Péssimo. E a matança seria justificada pelo fato dos bandidos serem xenófilos? (1)
Seduced: Inside the NXIVM Cult: Documentário que segue o abuso de India Oxenberg e sua própria culpa dentro do culto NXIVM, uma organização comercializada como um grupo de autoajuda. Melhor que The Vow, mais curto e completo. Porém ainda sob a ótica de pessoas animicamente enfermas. (3)
Spencer Condidential: Quando dois policiais de Boston são assassinados, o ex-policial Spenser se une a seu colega de quarto para encontrar os criminosos. Festival de clichês em aventura policial agitada e leve. (2)
Sputnik: Único sobrevivente de um enigmático incidente com uma nave espacial não voltou para casa sozinho – escondida dentro de seu corpo está uma criatura perigosa. Sci-fi russo requentando ideias de outros filmes. De bom apenas a noção de que apenas família e amor nos separa do horror. (2)
The Bee Gees: Documenta a história do grupo pop que se reinventou várias vezes para seguir com sucesso comercial. Falha ao tentar santificar algo tão banal. (2)
The Courier: O empresário Greville Wynne é convidado por uma fonte russa para tentar ajudar a pôr fim à crise dos mísseis cubanos. Levemente baseado em história real. Um thriller de espionagem à moda antiga. (3)
The Eight Hundred: Em 1937, 800 soldados chineses lutam sob cerco japonês a partir de um armazém no meio do campo de batalha de Xangai. Propaganda do PCC. Totalmente estilizada e fictícia. A China estava num hiato de sua guerra civil para enfrentar a ameaça japonesa. Enfadonho demais, zero empatia com as personagens. (1)
The Father: Homem recusa toda assistência de sua filha à medida que envelhece. À medida que tenta dar sentido às suas circunstâncias, ele começa a duvidar dos seus entes queridos, da sua própria mente e até mesmo da estrutura da realidade. Senilidade explorada pelos olhos do senil. Triste e sem sentido. Vale apenas como recordação de nossa fragilidade. Mais vale ler Cícero. (2)
The Hunt: Doze estranhos acordam numa clareira. Eles não sabem onde estão ou como chegaram lá. Eles não sabem que foram escolhidos – para um propósito muito específico: serem caçados. Humor negro satirizando o elitismo globalista e o politicamente correto, bem como o power-girl cinematográfico. Mas falta graça e sobre violência gratuita. (1)
The Last Dance: Grande documentário seriado sobre a sexta conquista dos Bulls de Michael Jordan. Imperdível para quem acompanhou aquela temporada da NBA. (5)
The Nest: A vida de um empresário americano e de sua família sofrem uma reviravolta depois de se mudarem para uma mansão rural inglesa. Pais disfuncionais, desconectados da realidade, sonhadores e egoístas destroem a família. Somente o taxista ao final tinha algo a dizer: Motorista: You a good dad?
Pai: Yeah, I'm the best. I keep a roof over their head, I give them the best of everything. and I've never laid a hand in them, never would.
Motorista: That's the bare minimum mate. Don't pat yourself on the back for that. (1)
The Outpost: Pequena equipe de soldados dos EUA luta contra centenas de combatentes do Talebã no Afeganistão. Baseado em fatos. Para lembrar que a vida de soldados é mais dura do que as cenas mostradas pela CNN querem nos convencer. (3)
The Pharmacist: Documentário sobre a epidemia de opioides, com foco no OxyContin e num herói do povo que ajudou a acelerar o processo de derrubada do esquema. (3)
Uncle Tom: Relevante narrativa de negros americanos conservadores. Indispensável documentário com o testemunho daqueles que escaparam da canga progressista. (4)
Unhinged: Após um confronto com um homem instável em um cruzamento, uma mulher se torna alvo de sua raiva. Roteiro fraco, incoerente e previsível. Propaganda política visando criação da imagem do angry white man. (1)
The Vast of Night: Uma noite no Novo México, no final da década de 1950, uma telefonista e um DJ de rádio começaram a ouvir um sinal estranho em uma frequência de rádio. Pequeno (muito pequeno) filme sobre discos voadores. (2)
The Wolf of Snow Hollow: O terror toma conta de uma pequena cidade montanhosa quando corpos são descobertos após cada lua cheia. Humor negro que nunca funcional; e que abusa no uso de figuras masculinas forçadamente patéticas. (1)