"I'm the devil, and I came to do the devil's business."
– Tex Watson (no filme e vida real antes de cometer os assassinatos)
O filme é particularmente atraente àqueles que conhecem o ambiente social daquela época (1969) e o atroz assassinato perpetrado pela Família Mason. Tarantino lenta, bela e divertidamente constrói a história até o ápice com a reviravolta ficcional dos fatos. A personagem Cliff Booth (Brad Pitt) destaca-se com suas ambiguidades, coragem, solidão e independência. Diversão garantida.
Mas há algo mais que torna o filme marcante: os hippies são apresentados com todo seu aspecto diabólico e destrutivo, diferindo da larga maioria de representações açucaradas, quando não ideologicamente enviesadas.
A natural rebeldia da juventude fora (uma vez mais) instrumentalizada principalmente por ideólogos marxistas da Escola de Frankfurt com o objetivo de destruir os valores universais e, assim, teoricamente abrir caminho para a revolução socialista-comunista. Seu símbolo mais marcante ( ☮ ), maliciosamente denominado peace sign, apresentava a cruz com sua linha horizontal quebrada e apontada para baixo – indicando o desejo de desviar o homem da ascensão ao firmamento luminoso das virtudes para chafurdar no abismo de trevas dos vícios.
Os assassinatos da Cielo Drive foram um despertar sobre o caráter funesto do movimento hippie, mesmo que sem a consciência de seu fundo político, levando-o ao seu abrupto final, apenas para ser substituídos por outras iniciativas revolucionárias. “The dream is over”, mas o pesadelo continua.
Filme Nota 5 (escala de 1 a 5)