Fazendo uso da fama do bandido que infernizou São Paulo, o filme de 1968 narra os crimes de um assaltante assassino apenas como pano de fundo para fazer apologia ao crime e transmitir mensagens anárquicas.
Nada funciona em O Bandido da Luz Vermelha. O roteiro é incongruente, as atuações ridículas, o som inaudível, a montagem caótica e a direção banal. A história do bandido com crise de consciência carece de lógica e só serve mesmo para propagar a tolice de que a pobreza é responsável pela criminalidade, fazer caricatura dos políticos e da polícia, incitar disputa entre as classes econômicas e outros temas típicos da patologia esquerdista. Até insinuações de fuzileiros navais americanos desembarcando na Bahia e de “ondas vermelhas” do povo nas ruas não faltam.
Assim, o bandido em questão posa como uma versão rebuscada do herói abjeto que Denis Diderot descreveu em 1761 em O Sobrinho de Rameau. E que mais tarde Herbert Marcuse iria alistar entre os marginais componentes das novas classes revolucionárias (Lupemproletariat).
Constatar que os críticos nacionais elegeram este filme entre os dez melhores filmes brasileiros de todos os tempos apenas confirma a pobreza artística e intelectual de nosso cinema.
Filme Nota 1 (escala de 1 a 5)