Mel Gibson (1956- )
- Cultura Animi
- 23 de jun.
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“ I think films have to do three things: they have to entertain, to educate, and, if possible, take you to a higher plane.”– Mel Gibson
Em seus filmes, Mel Gibson evita sutilezas psicológicas em favor de emoções primárias fortes: terror, coragem, tristeza, e êxtase espiritual. Ele dirige seus filmes com a sensibilidade de um contador de histórias que quer que o público sinta cada golpe, chore toda lágrima e sai do cinema alterado.
Visualmente intensos, seus filmes apresentam um forte uso de luz natural, tons de terra e ambientes táteis; e nas cenas de ação faz uso de movimentos de câmera rápidos e caóticos, fazendo o espectador se sentir fisicamente presente.
Em seus poucos filmes Mel Gibson abordou temos como a fé, o martírio e a redenção.
Seguem comentários sobre seus filmes mais relevantes:
Braveheart (1995): O guerreiro escocês William Wallace (1270-1305) lidera seus compatriotas em uma rebelião para libertar sua terra natal da tirania do rei Edward I da Inglaterra. Versão altamente romanceada daqueles eventos históricos, um épico que exalta a liberdade, condena os governantes injustos e reconhece a vontade de Deus – um grito de guerra pela supremacia da lei de Deus sobre os governantes injustos.
The Passion of the Christ (2004): Filme que conta as horas finais de Cristo na Terra, desde sua prisão em Getsêmani até ser crucificado no Calvário. Falado em latim, hebraico e aramaico, os diálogos seguem fielmente os textos evangélicos e os escritos da mística católica Ana Catalina Emmerich (1774-1824). É provavelmente o último grande filme cristão do nosso tempo. O filme afetou várias pessoas que trabalharam na produção e não deixa a audiência indiferente. Visualmente Mel Gibson criou uma imagem de Caravaggio itinerante. O sucesso de público enfureceu os apóstatas hollywoodianos que buscaram banir Mel Gibson e Jim Caviezel (ator protagonista do filme) da indústria cinematográfica,
Apocalypto (2006): Durante o declínio do reino maia, um jovem é levado para o sacrifício humano e precisa escapar para salvar sua família. Belo filme, bem realizado e com ritmo. Com um pano de fundo histórico que não se dobra ao estruturalismo lévy-straussiano e ao multiculturalismo relativista, revelando a crueldade daqueles “bons selvagens”, com seu regime opressor e sanguinolentos sacrifícios humanos. Ao final vemos as caravelas espanholas empunhando a Santa Cruz que, entre acertos e erros, resgatou um mínimo de civilidade na região. Os diálogos do filme são em yucatec maia, adicionando autenticidade ao mesmo. Gibson escolheu uma excelente epígrafe para o filme: “A great civilization is not conquered from without until it has destroyed itself from within.” (W. Durant)
Hacksaw Ridge (2016): Desmond T. Doss (1899-1983), um conscientious objector, serve como médico do exército americano da Segunda Guerra Mundial e se torna o primeiro homem na história americana a receber a Medalha de Honra sem disparar um tiro. Grande filme sobre fé intrêmula e coragem milagrosa – uma história sobre um homem que se recusa a comprometer seus valores, e seu compromisso com Deus, sobre permanecer firme quando todos ao seu redor tentam forçá-lo a ceder. Ao final, a coragem e o heroico compromisso de Desmond com Jesus Cristo transforma os corações e mentes daqueles que lhe opunham. Imperdível.