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King Kong (1932)


Por que ver o primeiro filme de King Kong de 1932? As atuações são fracas e os efeitos especiais, apesar de inovadores na época, são hoje risíveis. Porém assistir ao original e compará-lo as versões mais recente nos diz algo sobre a loucura dos nossos dias.

Todas versões são meras aventuras ficcionais, puro entretenimento, mas há uma diferença significativa que se revela nesta comparação: no filme dos anos 30 o animal não é humanizado e nenhum humano é demonizado. Kong é apenas uma fera que de certa forma é atraída por sua vítima sacrificial, como uma criança por um novo brinquedo. A personagem feminina principal vive apavorada pelo monstro e não quer nem vê-lo quando este já está aprisionado. E a personagem do cineasta é ambicioso, mas corajoso e leal com seus companheiros de aventura. Já as versões mais atuais nos mostram uma fera totalmente humanizada que se apaixona por sua vítima, tem demonstrações de vaidade e orgulho ferido e sacrifica-se por seu amor. A heroína entende os sentimentos do seu terrível algoz, não o teme e também está disposta a sacrificar-se por ele. Ao passo que o cineasta é pura ambição, não refutando destruir quem se põe em seu caminho à fama e fortuna. É uma diferença e tanto.

Como chegamos a este ponto? O esvaziamento espiritual dos nossos tempos deixa-nos cada vez mais parecidos com animais. E a indústria de entretenimento adora promover esta decadência, a ponto de a última versão de Godzilla classificar o vitaminado tiranossauro de nada menos que "um deus"! No reino de Gaia os humanos apenas atrapalhariam o equilíbrio e harmonia da natureza. É curioso observar como a audiência de hoje até torce pelo macaco gigante em sua matança em New York. Não posso deixar de visualizar um cinema lotado de chimpazés, orangotangos, micos e outros símios pulando e guinchando nas cadeira e corredores, atirando pipoca e copos de refrigerantes para cima a cada ser humano esmagado por Kong. Tempos insanos.


Filme Nota 3 (escala de 1 a 5)

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