Gattaca (1997)
- Cultura Animi
- 1 de ago. de 1997
- 2 min de leitura
Atualizado: há 7 dias

“Consider God’s handiwork; who can straighten what He hath made crooked?” – Eclesiastes 7:13
“I not only think that we will tamper with Mother Nature, I think Mother wants us to.” – Willand Gaylin (1925-2022), médico psiquiatra americano
Em um futuro próximo, apenas pessoas nascidas in vitro podem obter bons empregos. Gattaca é o melhor deles, pois seleciona astronautas para explorar o espaço. Vincent foi naturalmente concebido, mas isso não será um obstáculo para ele também ser um dos escolhidos.
Temos na narrativa o embate das duas epígrafes acima que abrem o filme. Num mundo artificial, impessoal e totalitário, onde o homem acredita-se dono de seu destino e o Estado tudo pode, o herói (Vincent) reafirmará a superioridade da natureza humana, resgatando o indivíduo e a meritocracia.
O transumanismo e a reengenharia humana só trazem frustração e dor, representadas nas tristes figuras de Anton e Jerome – enquanto Vincent triunfa, o filho de Deus ascende ao céu.
A eugenia não serve para melhorar a qualidade de vida do indivíduo, visa apenas favorecer seu uso como mero equipamento de uma sociedade utilitária. A expressão máxima dessa tendência pseudocientífica ocorreu durante o nazismo. De fato, a Alemanha de Adolf Hitler era famosa por aplicar programas eugênicos de pureza racial e desprezo aos “inválidos”, ou seja, aqueles que não se ajustaram a essa pureza (não é por menos que o diretor de Gattaca é chamado Josef, em referência a Josef Mengele).
O mundo caminha para um sistema totalitário e sufocante, e mais que nunca devemos buscar o amor, a família e a transcendência – nossa missão não é salvar o mundo, mas salvar a nossa alma.
“Chassez le naturel, il revient au galop.” – frase de Les Glorieux de Destouches (1732)
Filme Nota 4 (escala de 1 a 5)