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Fred Zinnemann (1907-1997)

The three most important things about a film are the script, the script, the script.”– Fred Zinnemann


Um diretor realista com um estilo de filmagem simples que geralmente resultava em produções metódicas e de ritmo lento. Complacentemente pode-se dizer que seu trabalho buscou a verdade e a humanidade de uma forma tranquila.


Fred Zinnemann é eminentemente um diretor com grande admiração por pessoas corajosas que permanecem sozinhas ou não-reconhecidas durante uma crise moral, e.g. o corneteiro Robert E. Lee Prewitt em From Here to Eternity, a empregada negra Berenice em The Member of the Wedding, o xerife Will Kane em High Noon, e Thomas More em A Man for All Seasons.


Seguem comentários sobre seus filmes mais destacados, sublinhando-se A Man for All Seasons:


The Search (1948): Na Berlim do pós-guerra, um soldado americano ajuda um menino tcheco perdido a encontrar sua mãe. Um comovente drama de guerra sobre crianças órfãs, dirigido em um estilo simples, quase como um semidocumentário. Foi o primeiro filme dos EUA a ser rodado na devastada Berlim do pós-guerra. Uma lembrança de que os horrores de uma guerra não terminam com o cessar fogo. Um dos primeiros trabalhos de Montgomery Clift para o cinema.


Act of Violence (1948): Prisioneiro de guerra amargurado e vingativo persegue seu ex-comandante que traiu a tentativa de fuga de seus homens em um campo de prisioneiros nazista. Excelente contribuição de Zinnemann para o gênero noir. O ex-comandante perde a vida mas salva sua alma ao praticar o verdadeiro arrependimento, assumindo todas as consequências por seu ato.


High Noon (1952): Xerife da cidade enfrenta sozinho uma gangue de assassinos em meio as divergências com sua esposa e com os habitantes da cidade. Bom exemplo de que, em última análise, não há outra razão para o homem de honra cumprir o seu dever, a não ser o fato de ser um homem de honra. Qualquer hipótese que possamos ter de uma vida decente neste mundo vai depender das pessoas que fazem o que são chamadas a fazer, independentemente de ganho ou perda pessoal. Um utilitarista pode até construir uma cidade, mas não pode mantê-la. Porém o filme peca em retratar uma sociedade de pioneiros tão pusilânime, pois coragem era o que não faltava àqueles desbravadores.


From Here to Eternity (1953): Em uma base do Exército dos EUA no Havaí em 1941, um soldado é cruelmente punido por não lutar boxe na equipe de sua unidade, enquanto a esposa do comandante da base e seu principal assessor iniciam um caso amoroso. Baseado no controverso bestseller homônimo de James Jones, que considerou a sordidez do livro demasiadamente suavizada no filme. O destacado elenco entrega grandes interpretações. O súbito colapso de histórias pessoais frente à agressão nipônica é o que há de mais impressionante no filme – numa guerra as pessoas comuns colocam as suas vidas e sonhos em compasso de espera. Transpira também que a força de uma nação em guerra pode vir da teimosia de tipos como Prewitt e Maggio e da perícia de homens como o Sargento Warden em produzir resultados. O filme teve treze indicações ao Oscar e venceu em oito categorias, incluindo melhor filme e diretor.


A Man for All Seasons (1966): Sir Thomas More enfrenta o rei Henrique VIII quando este rejeitou a Igreja Católica Romana para obter o divórcio e se casar novamente. A coerência de Thomas More aos seus princípios frente a corrupção do poder político no surgimento do estado moderno é uma das grandes heranças da humanidade. Grande atuação de Paul Scofield.


Seguem alguns dos brilhantes diálogos que pontuam o filme:


William Roper: So, now you give the Devil the benefit of law!


Sir Thomas More: Yes! What would you do? Cut a great road through the law to get after the Devil?


William Roper: Yes, I'd cut down every law in England to do that!


Sir Thomas More: Oh? And when the last law was down, and the Devil turned 'round on you, where would you hide, Roper, the laws all being flat? This country is planted thick with laws, from coast to coast, Man's laws, not God's! And if you cut them down, and you're just the man to do it, do you really think you could stand upright in the winds that would blow then? Yes, I'd give the Devil benefit of law, for my own safety's sake!


 

The Duke of Norfolk: Oh confound all this. I'm not a scholar, I don't know whether the marriage was lawful or not but dammit, Thomas, look at these names! Why can't you do as I did and come with us, for fellowship!


Sir Thomas More: And when we die, and you are sent to heaven for doing your conscience, and I am sent to hell for not doing mine, will you come with me, for fellowship?


 

Sir Thomas More: Why Richard, it profits a man nothing to give his soul for the whole world... but for Wales?


 

Sir Thomas More: I do none harm, I say none harm, I think none harm. And if this be not enough to keep a man alive, in good faith I long not to live.


 

Sir Thomas More: I think that when statesmen forsake their own private conscience for the sake of their public duties, they lead their country by a short route to chaos.


 

Sir Thomas More: When a man takes an oath, he's holding his own self in his own hands like water, and if he opens his fingers then, he needn't hope to find himself again.


Um clássico imperdível. Para ser revisto várias vezes.


The Day of the Jackal (1973): Após a França permitir a independência da Argélia, um grupo de veteranos militares ressentidos contrata um assassino profissional de codinome Chacal para matar o presidente Charles de Gaulle. Fascinante thriller explorando a exaustão tanto os preparativos do assassino quanto os procedimentos policiais para identificá-lo e detê-lo. Zinnermann expõe toda sua apurada técnica nas mais de duas horas e meia de filme, enquanto esta caçada humana percorre a Europa. Excelentes roteiro (baseado no bestseller de Frederick Forsyth), produção e atuações.

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