top of page

Fight Club (1999)

  • Foto do escritor: Cultura Animi
    Cultura Animi
  • 11 de nov. de 1999
  • 2 min de leitura

Atualizado: há 5 dias



A narrativa de um esquizofrênico que apresenta dois extremos: o vitimismo e passividade do atual homem emasculado (representado pela personagem de Norton) e seu oposto nietzschiano (representado pela personagem de Pitt). Adaptação do romance homônimo de Chuck Palahniuk. Grande entretenimento apesar de o filme não indicar um meio-termo positivo entre os extremos apresentados.


A verborragia revolucionária parece ter brotado da mente de um pré-adolescente que, incapaz de entender a condição trágica da vida humana, vê apenas na destruição a solução para os problemas do mundo (ao menos como ele os vê). E a formação do núcleo terrorista, arregimentando o exército de ressentidos sociais e revoltados metafísicos, tem tremendo paralelo com a vida real do russo Sergei Netchaiev (coautor do Catecismo Revolucionário e pai do terrorismo ocidental moderno) e, no campo ficcional, com o premonitório Os Demônios de Fiódor Dostoiévski. Imagino se tal paralelo não tenha alguma correspondência, mesmo que inconsciente, com o Massacre no Morumbi Shopping praticado durante a exibição do filme em 3 de novembro de 1999.


O homem precisa recuperar a essência masculina e sua potência para a violência, mas esta precisa ser orientada para o Bem (proteção dos mais fracos e combate à injustiça) e o Belo (execução de coisas benéficas). Porém a combinação de ideologia revolucionária, mentes fracas e espíritos frívolos afasta o homem do seu caminho, invariavelmente trazendo apenas dor, destruição e morte.


Fight Club é envolvente, bem dirigido e interpretado. E deixa no ar a dúvida quanto não ser Marla (e tudo mais) também uma alucinação do esquizofrênico narrador (as cenas iniciais de Marla andando no meio dos carros em alta velocidade parecem indicar que sim – ou seria uma referência a Jeanne Moreau em Ascenseur pour l'échafaud de Louis Male?).


Filme Nota 4 (escala de 1 a 5)

©2019 by Cultura Animi

    bottom of page