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Fight Club (1999)



Grande entretenimento. História envolvente, dirigida e interpretada quase que a perfeição. E deixa no ar a dúvida quanto não ser Marla (e tudo mais) também uma alucinação do esquizofrênico narrador (as cenas iniciais de Marla andando no meio dos carros em alta velocidade parecem indicar que sim - ou seria uma referência a Jeanne Moreau em Ascenseur pour l'échafaud de Louis Male?).


É bem verdade que a crítica ao consumismo e a verborragia revolucionária parece ter brotado da pobre mente de um pré-adolescente que, incapaz de entender a condição trágica da vida humana, vê apenas na destruição a solução para os problemas do mundo (ao menos como ele os vê). Mas a formação do núcleo terrorista, arregimentando o exército de ressentidos sociais e revoltados metafísicos, tem tremendo paralelo com a vida real do russo Sergei Netchaiev (coautor do Catecismo Revolucionário e pai do terrorismo ocidental moderno) e, no campo ficcional, com o premonitório Os Demônios de Fiódor Dostoiévski. Imagino se tal paralelo não tenha alguma correspondência, mesmo que inconsciente, com o Massacre no Morumbi Shopping praticado durante a exibição do filme em 3 de novembro de 1999.


A força masculina e sua potência para a violência precisa ser orientada para o Bem (proteção dos mais fracos e combate à injustiça) e o Belo (execução de coisas benéficas). Porém a combinação de ideologia revolucionária, mentes fracas e espíritos frívolos afasta o homem do seu caminho, invariavelmente trazendo apenas dor, destruição e morte.


Filme Nota 4 (escala de 1 a 5)

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