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Dear Comrades! (2020)



Aleksandr Solzhenitsyn (1918-2008) afirmou, com profundo conhecimento de causa, que “o pior do comunismo não é a opressão, mas a mentira”. E que pior forma de mentira que a existencial, mentir para si mesmo – a negação, o escapismo que leva ao recalque.

A devotada executiva do partido Lyudmila é incapaz de reconhecer o malefício socialista-comunista. Descarta os problemas de aumento de preço dos alimentos e redução dos salários dos operários reconfortando-se num idílico passado stalinista que só existe na mente dos fanáticos. Envolta no auto-engano, Lydumila não entende o absurdo de favorecer-se no recebimento de itens alimentares negados a população, e questiona a moral da filha em não usar sutiã enquanto ela (Lydumila) mantém um caso amoroso com um homem casado.

Mas a personagem tem uma sorte que muitos não têm. A perspectiva da morte de sua um pouco menos inconsciente filha pela KGB desperta-a do seu pesadelo negativista e, trancada num banheiro, em crise de pânico, ela pede perdão a Deus.

Em nossos dias, em que hordas de fanáticos fantasiam que um embrião não é um ser humano e que as pessoas não nascem com sexo, só podemos adotar o lema abaixo de Solzhenitsyn:

Seja este o meu lema: Que a mentira venha ao mundo. Que ela até triunfe. Mas não por meio de mim.


Filme Nota 3 (escala de 1 a 5)

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