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Blue Jasmine (2013)


Blue Jasmine de Woody Allen, fala do pior tipo de mentira. A mentira existencial, mentir para si mesmo.

Há vários tipos de mentira, boas e más. A mentira social, mais conhecida como mentira branca, é necessária na vida em sociedade. Para que dizer que você detestou aquele doce que sua esposa fez com tanta expectativa? O destino solitário de Alceste de O Misantropo e o drama que Greger produz em o Pato Selvagem são bons exemplos do danoso que é seguir o imperativo kantiano de dizer a verdade a qualquer custo. Outra boa mentira é aquela utilizada para proteger alguém ou produzir algo bom. Você diria aos ladrões que sua filha está escondida no sótão? Este tipo de mentira utilitária se transforma em negativa quando perde a justificativa moral, ficando apenas o desejo de beneficiar a si mesmo em detrimento de outrem de forma ilegítima. Também há a mentira patológica. Falo do mitômano que mesmo sem ter nada a ganhar mente pelo prazer de mentir.

A mentira de Jasmine, ou melhor, Jeanette, está em outro patamar. Ela mente para si mesma inventando uma pessoa que ela não é. Tudo em sua vida é falso, mudou seu nome, ressentia-se da presença da irmã que a lembrava de sua origem, fingiu desconhecer as atividades criminosas do marido e mente na tentativa de conquistar um novo esposo. Ela tenta, e quase consegue, que sua irmã embarque no mesmo tipo de mentira, mas Sally logo tem um choque de realidade e se recupera.

Incapaz de sustentar seu Mr. Hyde, Jeanette isola-se do mundo exterior, que lhe nega a fantasia, e mergulha em sua própria loucura, perdendo a consciência do próprio ego. Agora Jasmine só pode sobreviver em sua própria mente.


Filme Nota 5 (escala de 1 a 5)

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