Boa dramatização da inusitada e espetacular fuga de duas famílias da Alemanha Oriental para o Ocidente ocorrida em 1979. O ponto alto do filme está nas duas perguntas provocadoras (e óbvias) que um agente da Stasi faz a um patrulheiro da fronteira: Por que pessoas arriscam suas vidas para fugir do paraíso comunista? E, por que o Partido não deixa estes ingratos indesejáveis irem embora?
Apenas entre 1976 e 1988, 38 mil alemães orientais fracassaram na tentativa de cruzar a fronteira, sendo que, no mínimo, 462 homens, mulheres e crianças morreram nesta tentativa.
Os números acima são tímidos em comparação à ensolarada Cuba, onde estima-se que, entre 1959 e 2003, até 78 mil balseros morreram ou desapareceram em tentativas de fuga do país.
É fácil entender o desespero dos cidadãos de países sob o jugo coletivista, bem como o desespero do Partido em não deixá-los irem embora: nestes governos o indivíduo passa a ser visto com propriedade do Partido, uma mera peça da máquina estatal que opera em beneficio da nomenklatura – e pobre de quem se atrever a desobedecer.
Filme Nota 4 (escala de 1 a 5)
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