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Quem são os sequazes de Fidel Castro?


“A ânsia em salvar a humanidade é quase sempre uma máscara para disfarçar a ânsia em governa-la” – H. L. Mencken (1880-1956), jornalista americano

"Eu não era comunista. Era apenas idiota.” – Humphrey Bogart (1899-1957), ator americano


A morte de Fidel Castro foi seguida de incontáveis manifestações ao redor do mundo. Mas apesar do histórico totalitário e sanguinário do longevo ditador, a maioria das mensagens foi laudatória. O Brasil não foi exceção. Abaixo seguem trechos de apenas duas das inúmeras louvações ao ditador cubano emitidas por políticos brasileiros:


“Junto com meu pesar ao povo cubano pela morte de seu líder, quero expressar meus votos para que a transição pela qual a ilha passa permita que a prosperidade aumente, mas que se preserve, num ambiente de liberdade, o sentimento de igualdade que ampliou acesso à educação e à saúde.” – Fernando Henrique Cardoso, socialista fabiano


“Reafirmamos também nossa esperança de que as conquistas sociais de Cuba não sejam desfeitas, que consiga derrubar o vergonhoso embargo econômico norte-americano sem perder sua autodeterminação.” – Marina Silva, porra-louca esquerdista


Sublinhei nas mensagens acima duas mentiras que se perpetuam na memória da massa de incautos: (1) a de que Fidel trouxe educação e saúde aos cubanos, e (2) que o desastre econômico da ilha é responsabilidade do embargo americano.


As mentiras referentes à educação, saúde e economia cubana ignoram ou omitem o fato de que a Cuba pré-revolução apresentava os melhores índices nestas áreas na América Latina e, em alguns casos, até superava muitas nações mais desenvolvidas.


Nos anos 50 a taxa de alfabetização em Cuba já era 76% (pessoas com 15 ou mais anos), uma das mais altas na América Latina contra, por exemplo, 49% no Brasil, 56% no Equador e 62% na Colômbia. É verdade que quatro décadas após a revolução a taxa de alfabetização alcançara 96% em Cuba, mas o fenômeno de crescimento foi generalizado no continente com os países exemplificados acima alcançando incrementos bem mais significativos – 83% no Brasil, 90% no Equador e 91% na Colômbia – sem que nenhuma revolução fosse necessária para isto.


Aprender a ler é vital, mas educação vai além disto, e é fácil imaginar o quanto outras áreas foram prejudicadas com o forte conteúdo ideológico impregnado na educação cubana (e.g. Papa João Paulo II criticou fortemente a “substituição do papel dos pais” na educação dos filhos durante sua primeira missa celebrada em Cuba).


Cuba também apresentava a menor taxa de mortalidade infantil (32 em mil nascimentos) na América Latina antes da revolução. Mais que isto, sua taxa era inferior a da Itália (50), Japão (40), Alemanha (36) ou França (34). Em quarenta anos de revolução a taxa cubana caiu de 32 para 10, enquanto a dos países acima despencou para índices inferiores ao cubano: Itália (8), Japão (4), Alemanha (6) e França (7). Em 1957 Cuba tinha tantos médicos e dentistas por habitante quanto a Holanda e mais do que o Reino Unido e a Finlândia (ver nota 1)!


Relativamente às outras nações Cuba pré-revolução proporcionava melhor educação e saúde aos seus habitantes do que após décadas sob a tutela de Fidel Castro. Mas FHC e outros preverem ignorar, ou esconder os fatos, e propalar uma fantasia.


O colapso econômico de Cuba é dramático. A decadência mais impressionante refere-se ao básico: alimentação. O povo cubano era o terceiro mais bem alimentados na América Latina, mas com a revolução a ingestão de calorias por dia caiu em Cuba enquanto na maioria dos demais países cresceu. O quadro abaixo é impressionante:


Consumo Alimentar Per Capita (calorias por dia) (2)

Acusava-se que Cuba viveria num sistema “quase feudal” antes da revolução. Mas a Intenational Labor Organization de Genebra aponta que o salário-médio por dia de um agricultor cubano em 1958 era de US$ 3.00, ou seja, maior que a média da França (US$2.74), Bélgica (US$2.70), Dinamarca (US$2.74) e Alemanha Ocidental (US$2.73). E muito longe de grandes latifúndios, o tamanho médio de uma fazenda cubana (140 acres) em 1958 era menor do que uma americana (195 acres). Naquele ano Cuba tinha 160 mil fazendas para uma população de 6,2 milhões de habitantes (sendo que 34% desta era rural). A reforma agrária de Fidel confiscou todas as terras, provocando conflitos armados entre as forças cubanas, auxiliadas por assessores e armamentos soviéticos, contra os fazendeiros e suas famílias de 1960 até 1966, quando estes últimos foram definitivamente derrotados. O resultado desta reforma agrária reflete-se na queda de ingestão de calorias e nas famigeradas cadernetas de racionamento.


Outros dados seguem demonstrando a decadência econômica cubana:


  • Em 1958 o número de carros por mil habitante era seis vezes maior em Cuba (24) que no Japão (4). Hoje a quantidade de carros por mil habitantes pouco evoluiu na ilha (38) enquanto explodiu no Japão (591) (2).

  • Cuba também tinha mais rádios per capita do que o Japão até 1958 e hoje tem proporcionalmente menos rádios que Maurício. E era naquele ano o 5º país no mundo com mais televisores per capita, e hoje tem proporcionalmente menos televisores do que Brunei (2).

  • O número de linhas telefônicas fixas por habitante não cresceu em Cuba desde a revolução enquanto quintuplicou ou mais nos demais países da América Latina. Atualmente Cuba tem 15 celulares por 100 habitantes e figura na 209ª posição numa lista de 214 países (atrás do Sudão do Sul e Quiribáti) (3).

  • Antes da revolução Cuba exportava tanto quanto o México. Hoje a exportação mexicana é 65 vezes maios que a cubana. Cuba agora exporta menos que Botswana.


O que mais impressiona é que este desastre econômico ocorreu apesar da antiga União Soviética ter despejado US$ 130 bi na ilha (4) ao longo de quase trinta anos. Isso equivale a dez Planos Marshall. E numa ilha de então 7-9 milhões de habitantes e não num continente de 300 milhões arrasado pela guerra! O regime castrista só não empobreceu Fidel Castro que morreu deixando uma fortuna avaliada em US$ 900 milhões (será que é esse “o sentimento de igualdade” que FHC quer preservar?).


Seria o embargo americano responsável pela bancarrota econômica de Cuba? Logo os americanos acusados de antes explorar a ilha e usá-la como um prostíbulo?


Fidel Castro confiscou todos os 5.911 negócios que os EUA tinham em Cuba (5) e repetidas vezes expressou seu ódio contra americanos (a irmã de Fidel declarou ao desertar Cuba que “a obsessão de Fidel é destruir os EUA”). Não restou aos americanos outra saída senão o embargo, ou seja, proibir americanos de realizar novos negócios com Cuba. Pela lógica castrista isto deveria ser uma benção, pois os EUA seriam a causa dos problemas da ilha. Como pode o embargo ser responsável pelo o que se seguiu? Cuba podia transacionar com praticamente todos os outros países do mundo e ainda recebia rios de dinheiro dos EUA através dos cubanos que lá se refugiaram (hoje o dinheiro remetido por cubanos do EUA para a ilha é uma de suas maiores fonte de divisas (6) – dinheiro este que sai em boa parte dos auxílios governamentais recebidos pelos refugiados, tudo pago pelo “explorador” contribuinte americano). Não há lógica que possa ligar o embargo com a derrocada econômica de Cuba. E mesmo uma ignorante idiotizada Marina Silva tem a obrigação de saber isto.


Apesar do governo corrupto do ditador Fulgencio Batista, Cuba ainda era uma das nações mais próspera da América Latina e, proporcionalmente ao tamanho da sua população, atraia mais imigrantes que os EUA. Entre 1903 e 1950 mais de um milhão de espanhóis imigraram para Cuba. E em 1958 a embaixada cubana em Roma tinha um acúmulo atrasado 12 mil pedidos de visto imigratório para a ilha. Mas tudo mudou com Fidel Castro. Dois milhões de cubanos fugiram de Cuba entre 1959 e 1992 (hoje 21% dos cubanos vivem exilados). Preferiram arriscar suas vidas atravessando o mar até a Flórida em balsas precárias do que viver no paraíso comunista cubano. Estima-se que quase 80 mil balseiros morreram ou desapareceram na tentativa ( 7).


Somemos ao exposto acima os milhares de fuzilamentos, os campos de concentração, os prisioneiros de consciência, a ausência de direitos individuais, a censura absoluta, o financiamento do terrorismo, o tráfego de drogas e guerrilha em outras nações, e não podemos deixar de indagar por que tantos se enamoram de Fidel e seu regime. A resposta parece ser simples: sonham ser como Fidel. Sonham ter o poder absoluto e definir a sociedade a seu bel-prazer. Portanto, sempre que escutar alguém elogiando qualquer aspecto da obra de Fidel saiba que está diante de um aspirante a tirano ou, no mínimo, do mais ignorante idiota útil.


 

Notas


  1. Os dados sobre educação e saúde foram extraídos do Statistical Yearbook e Demographic Yearbook da ONU.

  2. Idem acima mais FAO Yearbook.

  3. CIA World Factbook 2014

  4. Montaner, Carlos Alberto, Fidel Castro y la Revolucion Cubana. Transaction Publishers, 1984

  5. Johnson, Stephen, Time For a Concensus on Cuba. The Heritage Foundation, 2002

  6. Outras fundamentais fontes de divisa para Cuba são desvios do erário venezuelano (petróleo e dinheiro) e brasileiro (empréstimos impagáveis e doações), venda de trabalho escravo de médicos de formação precária, venda de sangue e órgãos da população, e tráfico de armas e contrabando fomentados após a inauguração do porto de Mariel (financiado pelo BNDS).

  7. Armando M. Lago, Cuba: The Human Cost of Social Revolution, manuscrito a ser publicado: O número estimado de vítimas foi derivado de dados de estudos do Instituto Oceanográfico da Universidade de Miami e da Universidade de Havana e relatórios da Guarda Costeira dos EUA. O número real de balseiros que morreram no mar é muito difícil de corroborar. Francisco Chaviano, que tentou dentro de Cuba coletar informações sobre desaparecimentos, inclusive de balseiros, foi condenado a 15 anos de prisão em 1995.

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