Os Contos de Canterbury de Geoffrey Chauser
- Cultura Animi

- 15 de nov.
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“Thanne longen folk to goon on pilgrimages,And palmeres for to seken straunge strondes,To ferne halwes, kowthe in sondry londes.” – Prólogo (linhas 12-14), metáfora para a universal busca humana por propósito.
Personagens Principais
Cavaleiro (Knight) – modelo de nobreza e honra, respeitado guerreiro cristão
Prioresa (Eglantine) – elegante, mais preocupada com boas maneiras que com devoção
Frade (Friar Hubert) – corrupto e mundano, vende indulgências e arranja casamentos
Mercador (Merchant) – homem de negócios preocupado com status e lucro
Estudante (Clerk of Oxford) – pobre, dedicado aos livros e à filosofia
Franco-Camponês (Franklin) – rico proprietário rural, amante do prazer e da boa mesa
Esposa de Bath (Wife of Bath) – mulher vibrante, personagem especialmente complexa
Pároco (Parson) – sacerdote pobre, mas santo e devoto, exemplo moral
Moleiro (Miller) – grosseiro, forte, desonesto e fanfarrão
Comissário (Manciple) – encarregado das compras, esperto, engana seus patrões
Administrador (Reeve) – velho e amargo, mas eficiente na gestão
Oficial da Igreja (Summoner) – convoca fiéis ao tribunal eclesiástico, corrupto e libidinoso
Vendedor de Indulgências (Pardoner) – hipócrita que vende relíquias falsas
Estalajadeiro (Host) – Harry Bailly, dono da taverna Tabard, propõe o concurso de contos
Personagens Secundários
Escudeiro (Squire) – jovem, cortês e vaidoso, filho do Cavaleiro
Escudeiro do Cavaleiro (Yeoman) – guarda-florestal habilidoso, símbolo de dever e eficiência
Monge (Monk) – ama caçar e luxo, ignora a vida monástica tradicional
Advogado (Sergeant of the Law) – astuto e prestigiado, mas pretensioso
Artesãos (Guildsmen) – cinco mestres artesãos, símbolo da ascensão da classe média
Cozinheiro (Cook) – habilidoso, mas de higiene duvidosa
Marinheiro (Shipman) – rude, experiente e um tanto pirata
Médico (Doctor of Physic) – culto, mas movido pela ganância
Lavrador (Plowman) – irmão do Pároco; trabalhador, honesto e piedoso
Interpretação
Os Contos de Canterbury são uma coleção de contos medievais, versificados com graça e humor. O espírito que os vivifica e os conserva modernos, sopra do Prólogo, em que o poeta apresenta as personagens: membros de uma companhia de romeiros, partindo da Tabard Inn, em Southwark, Londres, para visitar o túmulo do arcebispo-mártir Thomas Becket em Canterbury. É uma galeria impressionante: o cavaleiro de armadura enferrujada; o moleiro burlesco; o cozinheiro que conhece todas as boas coisas; o jurisconsulto perigosamente esperto; o marujo bonachão e grande larápio; a abadessa, fina e elegante, leitora assídua de romances de amor; o monge godo; o médico que se interessa pela situação financeira dos doentes; o vendedor de indulgências, que precisa mais da sua mercadoria do que os outros; a viúva que já enterrou vários maridos, mas que tem um coração tão bom que não pode resistir a nenhuma aproximação masculina; o frade hipócrita que só pensa em vinho e mulheres; o clerc, sonhador, carregando tratados de filosofia; o comerciante que só fala de renda e de juros; o bom vigário, coração evangélico e aspecto muito magro – e, entre eles, aparece o próprio Chaucer, que os sabe caracterizar a todos, o primeiro grande retratista da literatura universal e criador de uma “comédie humaine” perfeita: segundo o dizer de William Blake (1757-1827).
A originalidade do autor evidencia-se na noção de unir um grupo social tão heterogêneo em torno da ideia de uma peregrinação, e deixar que suas histórias revelem o significado da peregrinação humana através da vida – o devir como uma história coletiva onde somos todos peregrinos.
Ao reunir essas pessoas, Chaucer está fazendo um ponto sobre a inclusividade social e a elasticidade da religião cristã. Ela pode conter todos os tipos, mesmo aqueles que não são excessivamente cristãos. Chaucer também nos dá uma sensação da dinâmica e da complexidade da sociedade inglesa. As histórias dos peregrinos refletem os peregrinos e, no processo, oferecem um microcosmo de um mundo complexo, mas familiar para nós. O poeta do século XVIII John Dryden disse de Os Contos de Canterbury: “Aqui está a abundância de Deus”, com o que ele quis dizer que o poema oferecia aos leitores o mundo. Parece quase milagroso que Chaucer possa fazer essas conexões conosco através do tempo e, no processo de escrever sobre seu mundo, refletir o nosso próprio.
Os temas abordados ora em satírico ora em sublime – amor, ciúme, ambição, fé, ganância, desejo, redenção – são universais e atemporais. Mostrando que, independentemente da época, todos compartilham as mesmas paixões fundamentais – a natureza humana é livre da tirania do tempo.
Chaucer mostra pessoas de todas as classes sociais, revelando que virtude e vício existem em todos os níveis. Há cavaleiros honrados e monges corruptos, padres santos e frades imorais, esposas sensuais e estudiosos idealistas. Ninguém é totalmente bom nem totalmente mau, e a humanidade é essencialmente ambígua. A lição é de autocrítica e humanidade: reconhecer nossos próprios defeitos nas figuras caricaturadas dos peregrinos – “somos todos peregrinos falhos”.
Em sua Retratação ao final do livro, Chaucer implora aos seus leitores que o perdoem por aquelas coisas que acharem desagradáveis, e que atribuam isso à sua falta de habilidade. E pede que orem por ele a Cristo para que possa ser perdoado pelas "vaidades mundanas" que compôs. Ele suplica a Cristo e à Sua bendita Mãe, e a todos os Santos, que lhe concedam a graça da penitência final, para que possa ser contado entre os salvos no Dia do Juízo.
As suplicas do autor referem-se ao tratamento literário dado aos pecados, apresentando-os de forma entretida – consciência de que sua obra pode enfraquecer a alma dos leitores, predispondo-os ao erro. Uma apreciação que remete a crítica platônica às artes quando estas apelam à parte irracional e passional da alma, em vez da parte racional.
Seguem curtos resumos e comentários dos contos:
O Conto do Cavaleiro: Romance cavaleiresco baseado na Teseida de Giovanni Boccaccio, e embora não tenha sido originalmente escrito como parte da coleção de Canterbury, Chaucer o adaptou para se adequar à personagem do Cavaleiro. No conto, os primos Palamon e Arcite se apaixonam por Emília, irmã de Hipólita, rainha das Amazonas, que está casada com seu captor Teseu. Um torneio é realizado no qual os dois rivais competem pela mão de Emília. Embora Arcite vença, ele é derrubado de seu cavalo e morre. Após um período de luto, Palamon e Emília se casam. Um romance de cavalheirismo sobre a lembrança da constante presença da morte, mesmo nos momentos de triunfo, e de como a dor deve ser uma fonte de sabedoria quando entendemos corretamente os golpes da Fortuna. A narrativa do Cavaleiro termina com um longo discurso filosófico de Teseu, no qual ele explica que, embora a vida neste mundo pareça aleatória e ilógica, há um Deus (ele o chama de Motor Primevo) que vê as coisas de uma maneira mais completa do que os humanos. Há ordem e há lógica, mas como meras criaturas, nem sempre somos capazes de percebê-la. A conclusão ecoa A Consolação da Filosofia de Boécio.
O Conto do Moleiro: Contrastando com o edificante conto anterior temos um caso de luxúria e vingança contado por um moleiro bêbado e grosseiro. Um triângulo amoroso entre marido, esposa e amante, mais um entrometido clérigo, que termina com justiça poética para todos.
O Conto do Feitor: O Feitor, que fora carpinteiro (profissão do marido traído no conto anterior) na juventude, vinga-se com mais um fabliau em que um moleiro desonesto é humilhado por dois estudantes. O conto é uma das primeiras obras em inglês a usar dialeto para efeito cômico. Em esboço, é semelhante a uma das histórias no Decamerão de Giovanni Boccaccio.
O Conto do Cozinheiro: Este fragmento de 58 linhas de um conto de “prostituição”, como o poeta o descreveu, narra a história de um aprendiz de cozinheiro mulherengo e jogador que é demitido do emprego. Ele se muda para a casa de um companheiro de farra e sua esposa, uma lojista durante o dia e prostituta à noite. Neste ponto da obra fica claro o entrelaçamento entra personalidade dos peregrinos e seu contos, a antítese de trama contra trama, os vislumbres alternativos de áreas únicas da experiência humana, que se combinam para formar um poema que cresce organicamente – um poema unificado.
O Conto do Magistrado: Adaptação de uma história medieval popular. O conto descreve os sofrimentos de Constância, filha de um imperador cristão cujos infortúnios começam ao casar-se com um sultão muçulmano. Uma alegoria à ideia de “constância” como firmeza de propósito encarnada na princesa. A fortitude de Constância é incrivelmente firme, ilustrando um comportamento ideal, sem preocupar-se com fiabilidade.
O Conto do Homem do Mar: Baseado em um antigo fabliau francês – também se assemelha a uma história encontrada no Decamerão. Versa sobre como um monge se aproveita da escaramuça entre um rico mercador e sua esposa. Um conto marcado pela amoralidade.
O Conto da Prioresa: Baseado em uma lenda antissemita de origem desconhecida que era popular entre os cristãos medievais – descreve como o jovem filho devoto de uma viúva é raptado por judeus, que supostamente são instigados por Satanás a assassinar a criança para impedi-lo de cantar o hino ‘O Alma redemptoris' à Virgem Maria. O prólogo é um hino à Virgem Maria, exaltando suas virtudes gentis como donzela, Mãe e Rainha do Céu, fazendo uma introdução apropriada a um conto que trata de uma jovem criança, e que será contado por uma freira – especialmente confiada à proteção e orientação de Maria.
O Conto de Chaucer sobre Sir Topázio: O próprio Chaucer narra em versos esta história, uma paródia espirituosa dos piores romances poéticos. Em linguagem insípida, rima óbvia e ritmo arrastado, o poeta conta a busca de Sir Topázio pela Rainha das Elfas e seu encontro com o gigante Sir Infante. Paródia de um tipo de romance então popular e tilintante, conhecido como “romances de rima de cauda.” Chaucer faz graça com termos como “litel thing in prose,” “litel tretis” e “tretis lyte”, mas divaga de forma que deve parecer interminável aos peregrinos.
O Conto de Chaucer sobre Melibeu (exertos): A pedidos dos demais peregrinos Chaucer muda dos versos à prosa, com uma fiel tradução de uma adaptação francesa de uma história italiana do século XIII na qual Prudência insta o marido a perdoar os inimigos (simbolizando orgulho, inveja e cobiça) que agrediram e feriram sua filha (símbolo da alma agredida). Longa (mais de mil linhas) e – apesar dos apelos anteriores do anfitrião por algo animado – monótona, ela é essencialmente um debate moral entre Prudência e seu marido Melibeus sobre o tema da vingança – quase um tratado político filosófico, que contrasta com os anteriores fabliaux cômicos. Um verdadeiro manual de como evitar decisões precipitadas e saber filtrar os conselhos que se recebe. Ao final há o perdão diante do verdadeiro arrependimento.
O Conto do Monge: O corpulento monge relata uma série de 17 tragédias baseadas na queda da glória de várias figuras bíblicas, clássicas e contemporâneas, incluindo Lúcifer e Adão, Nero e Júlio César, Zenóbia, uma rainha do século III de Palmira, e vários reis do século XIV. Após 775 linhas de recitação lúgubre, o Cavaleiro e o Estalajadeiro interrompem, entediados com a lista de desastres. Esta noção de tragédia remete novamente a Boécio e sua visão de incerteza no mundo – Roda da Fortuna.
O Conto do Padre da Freira: Baseado na lenda medieval de Reynard, a Raposa, comum à literatura francesa, flamenga e alemã – fábula sobre o embate entre um galo e uma raposa explorando a vaidade um do outro – um conto moralista de como o orgulho precede a queda.
O Conto da Mulher de Bath: Antes de narrar seu conto, a Mulher de Bath oferece um longo prólogo sobre a condenação ao celibato e um relato lascivo de seus cinco casamentos – uma condenação sarcástica de algumas das teorias mais ingênuas sobre o amor no casamento. É por esse prólogo que sua história é mais conhecida. A história trata de um cavaleiro acusado de estupro, cuja vida será poupada se, em um ano, ele descobrir o que as mulheres mais desejam, i.e. a maestria sobre os homens. A história é uma versão do romance arturiano O Casamento de Sir Gawain e Dame Ragnell.
O Conto do Frade: O Frade relata o merecido castigo de um oficial do tribunal eclesiástico corrupto que faz parceria com o diabo disfarçado de meirinho. Chaucer adiciona à trama um elemento de discussão erudita sobre alguns pontos teológicos concernentes à presença de demônios no mundo e ao seu poder sobre as almas humanas.
O Conto do Beleguim: Contada em retaliação pelo retrato pouco lisonjeiro que o Frade fez de um convocador, esta história terrena descreve a tentativa de um frade hipócrita de enganar um benfeitor doente para obter um presente. O conto é sobreposto com elementos de discussão acadêmica, porém o humor depende em grande medida da absurda aplicação equivocada de quiddidade escolástica à substância vulgar da trama.
O Conto do Estudante: Chaucer pegou emprestada a história da Paciente Griselda da tradução latina de Petrarca do Decamerão. Um marquês casa-se com a bela Griselda de origem humilde e a submete a uma série de indignidades para que ela prove seu amor por ele. O conto expõe um conselho estoico-cristão: Confie que Deus sabe o que é melhor e enfrente a vida com paciência virtuosa.
O Conto do Mercador: Baseado em um conto folclórico de tema familiar: o de um velho cuja jovem esposa é infiel. O velho Janeiro é enganado por sua jovem esposa, Maio, e seu amante, Damião, depois que Janeiro repentinamente fica cego. O marido recupera a visão e flagra os amantes, mas prefere acreditar nas mentiras de sua jovem esposa – a luxúria continua sendo sua verdadeira cegueira.
O Conto do Escudeiro: O Escudeiro relata uma história incompleta sobre o rei tártaro Cambuscán, que recebe quatro presentes mágicos – uma história romântica que evoca algo da estranheza do Oriente e da grandiosidade dos fenômenos ocultos.
O Conto do Proprietário de Terras: A história, cuja fonte mais provável é Il filocolo de Giovanni Boccaccio, centra-se no motivo narrativo da “promessa imprudente”. Enquanto seu marido, Arvirago, está ausente, Dórigen é assiduamente cortejada pelo escudeiro Aurélio, e promete ceder aos seus avanços caso ele consiga remover todas as rochas da costa da Bretanha, para que seu marido possa retornar em segurança do mar. O marido de Dórigen insiste que ela cumpra sua promessa, mas Aurélio, comovido pelo amor dela pelo marido, a libera de sua obrigação com uma nobre despedida.
O Conto do Médico: O conto é uma versão de uma história relatada tanto pelo historiador romano Tito Lívio quanto no Roman de la Rose do século XIII. Diz respeito ao ilegítimo desejo do juiz mau Ápio pela bela e casta Virgínia que prefere a morte a ceder a luxúria de Ápio.
O Conto do Vendedor de Indulgências: O cínico Vendedor de Indulgências explica em um prólogo espirituoso que ele vende perdões eclesiásticos de pecados, e admite que prega contra a avareza, embora a pratique ele mesmo. Sua história relata como três foliões bêbados saem para destruir a Morte depois que um de seus amigos morreu, apenas para matarem-se uns aos outros – uma florida retórica contra os vícios da gula, do jogo e da blasfêmia.
O Conto da Outra Freira: Esta narrativa religiosa exemplifica as mudanças mercuriais de tom e estilo poético de Chaucer. Tirada da compilação do século XIII de vidas de santos, a Legenda Áurea de Jacobus de Voragine, o conto relata a história de Santa Cecília.
O Conto do Criado do Cônego: Uma descrição humorística de um cânone e alquimista trapaceiro, contada por seu assistente – a história zomba tanto da alquimia quanto do clero. A crítica a alquimia assemelha-se a de Dante ao atribuir os alquimistas ao círculo mais baixo do Inferno por assumirem ser possível imitam o poder criativo da natureza – no Inferno estão na companhia de falsificadores e falsários.
O Conto do Provedor: O conto narra a origem da coruja, baseada no mito de Apolo e Corônis contado nas Metamorfoses de Ovídio. Febo mantinha uma coruja de neve branca que podia imitar qualquer voz humana. A ave testemunha a esposa de Febo com seu amante e informa seu guardião. Febo mata sua esposa em um acesso de ciúme, mas, sentindo remorso, ele culpa a coruja por sua loucura, arranca suas penas, transforma a ave em preta e a condena ao diabo. É o arquétipo do “portador de más notícias” que paga o preço.
O Conto do Pároco (excertos): O conto é um extenso sermão em prosa sobre os sete pecados capitais. Chaucer pode ter pretendido este conto, com sua profusão de citações piedosas, como um fechamento adequado para as histórias dos peregrinos religiosos. Após revisar os pecados de Orgulho, Inveja, Ira, Preguiça, Avareza, Gula e Luxúria e seus remédios, o Pároco exorta à confissão e expiação por meio de atos como esmola, penitência e jejum.
Notas
Geoffrey Chaucer (1343c.-1400) nasceu em Londres, Inglaterra.
Funcionário público, poeta, e escritor, é considerado o pai da literatura inglesa, e o maior poeta medieval depois de Dante.
Chaucer é um grande dramaturgo, o primeiro em língua inglesa, e não igualado até Shakespeare. Se não fosse Dante, Geoffrey Chaucer seria o maior poeta no intervalo entre a Antiguidade e os tempos modernos. Chaucer é o Dante inglês, o pai da literatura inglesa.
O autor deve a Boccaccio muitos enredos e a maneira de encará-los.
Os Contos de Canterbury foi escrito entre 1386-1400 d.C.
A Catedral de Canterbury foi um dos maiores centros de peregrinação da cristandade medieval. Lá estava sepultado São Tómas Becket (1119-1170), assassinado diante do altar por defender independência da Igreja e o poder espiritual do papa, opondo-se às chamadas Constituições de Clarendon (1164) impostas por Henrique II para limitar o poder eclesiástico.
Originalmente cada peregrino deveria contar dois contos na ida e dois na volta, totalizando 120 contos. Porém Chaucer não completou a obra, restando-nos apenas 24 contos (nem todos completos) que variam de romances de cavalaria a fábulas, de contos religiososa outros obscenos e satíricos, refletindo a diversidade social e moral da Inglaterra medieval.
Além dos contos há o famoso prólogo apresentando os peregrinos, e uma retratação ao final onde o autor pede perdão por ter escrito obras mundanas, pedindo a Deus que o absolva de ter produzido textos que possam desviar os leitores do bem.
Muitos contos expõem a corrupção dentro do clero: o Frade, o Vendedor de Indulgências, o Oficial da Igreja são exemplos de abusos e falsidade sob aparência de fé. Chaucer não rejeita a religião, mas denuncia o uso indevido da fé como meio de lucro e poder.


