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Nossas duas guerras



Vivemos duas grandes e longas guerras no Brasil.


A primeira guerra é travada pelo estamento burocrático, constituído por mais de 11 milhões de funcionários encastelados em todos os poderes e autarquias das esferas federais, estaduais e municipais, contra o restante do povo. Guerra totalmente assimétrica já que o primeiro dispõe dos recursos financeiros (apropriados do povo), faz e empenha as leis e possui a força, ao passo que o povo se debate com seus escassos recursos e sua grande maioria padece de profunda ignorância fomentada pelas ideologicamente manipuladas educação, mídia e indústria de entretenimento.


Esta guerra está atingindo um ponto crítico dada a grande desproporção acumulada entre os dois combatentes. De um lado o estamento burocrático goza de todas as seguranças econômicas e pessoais imagináveis, paulatinamente construídas ao longo do tempo através de leis e normas definidas em causa própria, numa absoluta corrupção de princípios apesar de formalmente legal. Enquanto o povo vive em crescente insegurança econômica, moral e física, agravada pela falência financeira do Estado que expropria em demasia para quase que apenas sustentar o estamento burocrático.


Em paralelo a primeira, vivenciamos uma segunda guerra, esta de princípios, travada pela ideologia revolucionária (rotulada de esquerda), coletivista e centralizadora no governo e messiânica na moral, contra a cultura conservadora (rotulada de direita) que, mesmo inconscientemente, reconhece e preserva a ordem natural e nossa herança material e moral. Esta guerra também é desproporcional, pois os revolucionários a empregam há mais de meio século, ocupando os espaços na educação, mídia e indústria de entretenimento, fomentando a ignorância comentada acima. As recentes facilidades de comunicação proporcionadas pela Internet permitiu romper a barreira de silêncio, propiciando que o povo, em sua maioria conservadora, começasse a entender que seus princípios estão sendo destruído e a reagir. Esta reação, ainda que tímida, foi o suficiente para acirrar as táticas destrutivas empregadas pelos enfurecidos revolucionários, fazendo com que o conflito se exacerbasse e transparecesse cada vez mais.


A ideia do Estado paternal e forte defendida pela esquerda coincide com os interesses do estamento burocrático, pois não só lhe garante a posição atual como promete futuras expropriações junto ao povo. Daí a natural simbiose entre estas duas forças, cuja comunhão vai até o ponto no qual o estamento burocrático possa ver sua posição ameaçada, e.g. a derrubada pelo Congresso do decreto 8.243 de Dilma (em 2014) que criava os nefastos Conselhos Populares.


Além da má formação intelectual, há uma doença anímica que permeia a sociedade brasileira, atiçando a esquerda e o estamento burocrático: a inveja. As falsas promessas esquerdistas de igualdade e bem-estar sem esforço são facilmente engolidas por aqueles que trocaram a ambição pela inveja. E o poder financeiro do estamento burocrático atrai toda sorte de escroques que a eles se associam no intuito de obter vantagens com o mínimo esforço.


Os desastrosos governos dos irmãos siameses, PSDB e PT, levaram ao ápice a insegurança econômica e física do povo, que simultaneamente começava a timidamente tomar consciência da guerra cultural através da expansão das redes sociais na Internet. As espontâneas, erráticas e confusas manifestação populares de 2013 cristalizaram-se na eleição do primeiro presidente de perfil conservador nas eleições de 2018, com a expectativa popular centrada na retomada da economia mediante medidas liberais (menos Estado – menos impostos, menos burocracia e juros menores), redução da criminalidade (nas ruas e no seio do estamento burocrático – corrupção), e, em segunda instância, na interrupção da agenda de destruição dos valores morais.


A presente batalha de ambas as guerras está sendo travada entre a cúpula do poder Executivo, representando o povo e a cultura conservadora da maioria da população, contra o estamento burocrático e a esquerda representados por: (a) os poderes Legislativo e Judiciário, (b) a maioria dos funcionários do próprio poder Executivo, (c) os funcionários de autarquias e empresas estatais, (d) a quase totalidade dos governos estaduais e prefeituras, (e) o corpo docente das instituições de ensino, (f) a grande mídia, (g) a indústria de entretenimento, (h) os escroques associados ao estamento burocrático, i.e. grandes escritórios de advocacia, empresários corruptos, sindicatos, OAB, a maioria das ONGs, entre outros, (g) os movimentos (ditos) sociais historicamente instrumentalizados e financiados pela esquerda, i.e. MST, MTST, movimentos de igualdade racial, movimentos abortistas, movimentos LGBT, entre outros, (h) entidades pseudo-religiosas também instrumentalizadas pela esquerda como Teologia da Libertação, Pastoral da Terra, Comunidades Eclesiais de Base, e a CNBB, (i) a esquerda internacional, e (j) forças globalistas estrangeiras que veem na esquerda uma comunhão com seus objetivos de longo prazo.


Dada a pusilanimidade e corrupção moral das Forças Armadas, a desproporção das forças acima descritas só pode ser equilibrada pela disposição do povo em realmente lutar por seus anseios. Mas estará o povo realmente disposto a morrer para construir uma nação que só seria plenamente usufruída por seus filhos ou netos? Da resposta a esta pergunta depende se nossos filhos terão um futuro esperançoso ou negro.


(Escrito em 19/03/2020)

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