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Luxor (2020)



Médica, quarenta e poucos anos, enfrentando crise da idade retorna a Luxor de férias. Lá encontra um ex-amante arqueólogo que não via há vinte anos. Ambos solteiros, ensaiam reatar a ligação, mas ela reluta com receio de desiludir-se novamente (“Do you ever worry about opening up places that have been laid to rest?” - diz ela referindo-se as escavações do ex-amante). E isso é tudo (típico enredo escrito e dirigido por uma mulher).

O filme é narrado lentamente, com muitas cenas da protagonista caminhando só e diálogos tão pretensiosos quanto vazios – as conversas sobre espiritualidade parecem saídas de uma fotonovela (que dizer daquele sonho induzido de renascimento?!). Apenas o mínimo necessário é insinuado sobre a relação anterior do casal, tornando impossível pintar um quadro da personalidade de ambos e, consequentemente, ter qualquer empatia por eles. E esta falta de identidade e simpatia mata qualquer história de romance.

As ruínas de Luxor e arredores são de tirar o fôlego, mas não justifica a visão idílica que a diretora nos passa daquele inferno muçulmano. Onde ela encontrou no Egito um povo todo atencioso, gentil e respeitoso com os ocidentais? Europeias viajando e caminhando tranquilamente sozinhas? Onde estão as hordas de crianças implorando “un euro, un euro, un euro” enquanto tentam bater-lhe a carteira? Onde está a imundice acumulando-se por todos os lados?

O filme só vale mesmo para rever as ruínas e o Nilo… antes que acabem com tudo.



Filme Nota 1 (escala de 1 a 5)

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