Na semana passada durante um jantar com amigos o tema da conversa recaiu sobre o goleiro Bruno e seu crime. Lá pelas tantas a namorada de um velho amigo tentou justificar a violência do goleiro do Flamengo como fruto da “corrupção policial na favela”, onde ele teoricamente teria morado quando criança. Este tipo de visão distorcida já deixou de me chocar por ser muito comum neste nosso país. Afinal, foram décadas de revolução cultural relativizando o banditismo e criminalizando a polícia, a classe média, o empresariado, a ética cristã- judaica, a moral greco-romana e tudo mais que o marxista húngaro Georg Lukács e seus sucessores elegeram como alienantes da classe operária e, portanto, alvos marcados para destruição.
Um destes sucessores foi Antonio Gramsci, que encontrou na totalidade dos pseudo-intelectuais brasileiros adeptos fervorosos para seus preceitos de como destruir aqueles “inimigos” através da lenta e gradual modificação cultural da sociedade. Tudo em nome do “novo mundo possível” que só existe na cabeça destes enfermos mentais, desde é claro, que o poder seja concentrado em suas mãos. Por aqui extrapolamos a idiotice de que o "crime se justifica na luta por uma sociedade justa", filhote do doentio “os fins justificam os meios”. Tudo começou ainda antes da influência de Gramsci, quando em 1933 o Partido Comunista Brasileiro procurou assumir a liderança da bandidagem visando dar-lhe ares de “luta de classes” (ver Camaradas, no arquivo de Moscou: história secreta da revolução brasileira de 1935 de William Waak). Também não faltou o treinamento explícito de guerrilha urbana que terroristas ensinaram aos futuros líderes do Comando Vermelho no presídio de Ilha Grande. Tudo regado por anos a fio com livros, filmes, peças de teatro, novelas e artigos em jornais, promovidos por estes pseudo-intelectuais, onde a bandidagem era glamorizada enquanto pregava-se ódio às autoridades. Nesta distorção monstruosa, o bandido vira um “justiceiro social”, revestido de um direito quase divino de roubar, estuprar e matar. Afinal a culpa não é dele, e sim desta sociedade opressiva e sua elite maldita. Neste clima de horror, a simples e óbvia “obrigação moral de ser justo mesmo em uma sociedade injusta” que Goethe pregava, ou o famoso “prefiro sofrer uma injustiça a cometer uma” praticado por Sócrates viraram coisas arcaicas de dois malfeitores alienantes da classe operária, ou simplesmente esquecidos (talvez nunca aprendido) por nossas classes ditas pensantes. Assim, não estranhei quando a namorada do meu amigo culpava mais a polícia pelos crimes praticados por favelados do que seu próprio consumo de um baseado do qual fora adepta no passado. Até porque, os personagens Capitão Nascimento e Aspirante Matias já explicaram perfeitamente esse fenômeno no filme Tropa de Elite.