A Complete Unknown (2024)
- Cultura Animi
- 17 de mar.
- 2 min de leitura

Em 1961, Bob Dylan, então com 19 anos, chega à cidade de Nova York com seu violão, forja um relacionamento com os líderes da folk music e tem uma ascensão meteórica. O filme dá ênfase na ruptura de Dylan com o movimento que promovia a folk music alegando uma diferença de estilo musical. Mas na realidade o principal ponto de atrito não era este.
Woody Guthrie e Peter Seeger, ambos filiados ao Partido Comunista, seguiam a orientação da Cominforn (Information Bureau of the Communist and Workers’ Parties) na utilização da música como instrumento político revolucionário. Segger diz em seu livro American Favorite Ballads: “Workingmen of all tongues unite – you have nothing to lose but your chains – you have a world to win. Vive La Revolution Sociale.”, praticamente repetido os escritos de Marx no Manifesto Comunista. (ver The Marxist Ministrels de David A. Noebel e Great Day Coming: Folk Music and the American Left de R. Serge Denisoff).
Por sua vez, Bob Dylan, um músico muito mais capaz que todos naquele cenário folk, buscava reconhecimento e fama. Sua crítica social e fantasiosa autobiografia eram meticulosamente usadas para construir uma imagem que favorecesse o acesso ao estrelato. O movimento folk usava Dylan para popularizar sua ideologia, ao passo que Dylan os usava para alcançar o sucesso, que uma vez conquistado resultou no inevitável afastamento de Dylan daquele ambiente, causando a revolta dos comunistas que perdiam seu mais popular instrumento político.
Infelizmente o filme se esquiva desta conjuntura, pintando um quadro incompleto e frágil. Outro aspecto grave foi a escalação no papel principal de um ator incapaz de expressar um sentimento com os músculos faciais.
Filme Nota 2 (escala de 1 a 5)
P.S.: Mesmo não comungando com a ideologia comunista, Dylan inseria ideias deletérias em suas canções, como apologia às drogas em Rainy Day Woman e Mr. Tamborine Man, e embustes raciais como a defesa do assassino Rubin Carter em Hurricane.