Personagens Principais Argan – rico, hipocondríaco Toinette – empregada de Argan Béline – segunda esposa de Argan Béralde – irmão de Argan Angélique – filha mais velha de Argan
Personagens Secundárias Cléante – amante de Angélique Louison – filha mais nova de Argan Senhor Purgon – médico de Argan Thomas Diafoirus – pretendente de Angélique Senhor Diafoirus – médico, pai de Thomas Senhor Bonnefoy – tabelião Senhor Fleurant - farmacêutico
Interpretação Em sua última peça Molière aplica sua exitosa fórmula na qual uma personagem desviada do caminho é satirizada para trazê-la a normalidade. Desta feita a ação é centrada num hipocondríaco cuja mania está arruinando a família.
Em meio à costumeira e bem-humorada crítica à hipocrisia e pedantismo, ao lado do alegre elogio da autenticidade e bom senso, Molière é implacável com os médicos – retratados como incompetentes, cobiçosos e tratantes.
Tal apreciação da classe médica já vinha de muitos anos e segue bastante apropriada nos nossos dias. A principal causa de morte é iatrogênica, ou seja, mortes provocadas por inaptidão e erros médicos. Logo a classe médica corresponde ao principal grupo de assassinos culposos impunes ao longo da história.
Notas
Jean-Baptista Poquelin ou Molière (1622-1673) nasceu Paris, França.
Mudou o nome para Molière (inspirado numa pequena aldeia no sul da França) para não comprometer socialmente seu pai.
Molière é um sátiro, o maior deles. É moralista e um indignado genial. Não há simbolismo em sua obra como no metafísico Shakespeare.
Aplicava uma linguagem prosaica e crua, ao contrário do francês castiço usado pelos trágicos contemporâneos Corneille (1606-1684) e Racine (1639-1699).
Grande criador de personagens memoráveis, muitos incorporados ao vocabulário como denominação a tipos humanos: Tartufo, Misantropo (Alceste), Avarento (Harpagão) e Hipocondríaco (Argan) – personagens imortais.
Outras obras primas do autor: O Tartufo (estreia em 1664, suspenso pela censura volta em 1669), O Misantropo (1666), O Avarento (1669), Don Juan (1665) e Escola de Mulheres (1663).
Escrita em 1672, O Doente Imaginário é a última peça de Molière.
Já bem enfermo e descontente com a medicina, Molière escreveu outros quatro textos ironizando os médicos.
Molière passou mal encenando a peça e veio a falecer horas depois.
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