O filme espanhol tem sua graça. Bem atuado, explora a bondade humana na relação de um professor e dois jovens caronistas.
Porém revela um maniqueísmo tolo ao retratar os tempo de Franco. Sem reconhecer que este salvou o país do comunismo, o diretor quer mostrar o conflito de geração: de um lado uns poucos adultos compreensíveis e os jovens, e do outro a Igreja, a figura do pai, a figura do "machão" e os costumes morais. Os primeiros são ótimas pessoas e os outros monstros insensíveis. Nada mais patético.
O nome do filme remete a letra de Strawberry Fields Forever de John Lennon - "Living is easy with eyes closed" - que também não faz muito sentido. Afinal como afirmar que viver sem compreensão da realidade, sem um largo horizonte de consciência pode ser mais fácil? É justamente a consciência que melhor representa nossa humanidade. viver sem consciência é regredir a animalidade. O tom irônico usado por Lennon, buscando despertar a consciência nos jovens apenas serviu para manipulá-los numa loucura de inspiração rousseauniana na qual os jovens salvaria o mundo.
Deu no que deu.
Filme Nota 2 (escala de 1 a 5)