É difícil conseguir informação fidedigna sobre o impacto do vírus chinês (COVID-19) no Brasil: a mídia está mais preocupada em mentir, e em São Paulo o prefeito da capital e o governador não dominam nem a aritmética básica.
Busquei informação no site da ARPENBrasil (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais) onde copilam todos os registros de óbitos nos Cartórios de Registro Civil do Brasil.
No dia 31/05/2020 encontrei os seguintes dados entre 16/03/2020 e 16/05/2020 (utilizo o dia 16/05 no intervalo de tempo pois legalmente o registro deve ser feito à Central Nacional de Informações do Registro Civil (CRC Nacional) em até 14 dias):
A evolução dos óbitos com suspeita ou confirmação de COVID-19 tem se mantido constante num patamar abaixo de 800 mortes/dia. Creio que, com a queda de temperatura, este número confirmado de óbitos tende a aumentar antes de cair. A ver.
Quando comparamos o total de óbitos entre 16/03/2020 e 16/05/2020 (185.017 mortes) contra o mesmo período do ano passado (188.956) observamos uma queda no número de mortos neste período apesar da “pandemia”.
Porém quando estendi o início do período de tempo para 01/03/2020, mantendo o final em 16/05/2020, deparei-me com uma inversão do impacto do vírus, pois o número de mortos este ano (254.431) superaria em 8.6% as mortes do ano passado (234.277) – incremento praticamente “coincidente” com o número de mortos relacionados ao COVID-19.
O que teria acontecido entre 01/03 e 15/03 de ambos os períodos para tamanha mudança de quadro? Segue o print desta quinzena para ambos os anos com um total de 43.697 mortes em 2019 contra 45.529 mortes em 2020 (sem nenhum caso de COVID-19):
Notem que se somamos os dados dos períodos de 01-15/03 com o de 16/03-16/05 as somas de óbitos do ano passado (232.653 mortes) ainda superam o total de óbitos deste ano (230.546 mortes).
O que não se explica é como a soma da pesquisa dos dois períodos separadamente não coincide com a pesquisa do intervalo de 01/03 a 16/05 (diferença de 1.624 mortes a mais em 2019 e 23.885 a mais em 2020).
Procurei os contatos da ARPENBrasil para tentar esclarecer tamanha diferenças e me deparei com esta preocupação deles no twitter:
Creio que entendi o problema. Parecem estar mais preocupados em dar o cu que trabalhar.