Recentemente o candidato nas primárias democratas (Bernie Sanders) tentou defender o regime comunista cubano com a velha ladainha sobre o suposto avanço na educação que Fidel teria proporcionado na ilha. Sanders repetiu o comentário de Obama que em 2016 elogiou não apenas tal melhora na educação, mas também os imaginários ganhos no sistema de saúde na Cuba de Fidel.
É impressionante como tais inverdades são repetidas impunemente e exploradas politicamente com quase nenhuma oposição da mídia. Isso não é fruto de nesciência, tampouco ignorância, mas sim de pura mendacidade.
Os dados estatísticos acessíveis a qualquer um desmentem a mitologia cubana. Fato é que o nível de alfabetismo cubano já era dos mais altos na América Latina em 1950-53: Cuba tinha 76% da população alfabetizada, atrás apenas da Argentina (87%), Chile (81%) e Costa Rica (79%), e afrente de todos demais, incluindo Brasil (49%). É verdade que em 1995 a alfabetização já tinha alcançado 96% em Cuba, mas este crescimento de 19 pontos percentuais é dos menores na região: Brasil (35 pp) , Republica Dominicana (39 pp), Equador (34pp), Haiti (34 pp), El Salvador (29 pp), Guatemala (26 pp), Paraguai (24 pp), Panamá (19 pp), Costa Rica (16 pp), Chile (15 pp) e Argentina (10 pp). Portanto, não há nenhuma indicação de que a revolução comunista em Cuba tenha trazido per si uma melhora na educação do país, ao contrário, é notório o uso das escolas para doutrinar as crianças e, como acusou o Papa João Paulo II, tentar “substituir o papel dos pais” na educação dos filhos.
O engodo sobre as maravilhas cubanas na saúde se esvai quando lembramos que a taxa de mortalidade infantil na ilha em 1957 (32 por mil nascimentos vivos) era a menor na América Latina e a 13ª mais baixa no mundo, melhor que em países como França, Bélgica, Alemanha Ocidental, Israel, Japão, Áustria, Itália, Espanha, e Portugal. Porém, em 1995, Cuba caíra para a 25ª posição mundial. Estes dados desconsideram que na década de 90 Cuba praticava, no mínimo, o dobro de abortos que os demais países, visando, inclusive, o término de gravidezes que apresentassem algum risco, artificialmente reduzindo a taxa de mortalidade infantil. Afinal, para o regime comunista cubano mais vale a propaganda política que a vida de uma criança.
Vale a pena também recordar que o número proporcional à população de médicos e dentistas em Cuba em 1957 (128 por mil habitantes) era superior ao observado na Inglaterra ou Finlândia, e inferior apenas ao Uruguai e Argentina na América Latina, sendo que ambos os países eram mais avançados neste quesito que os EUA.
Ainda relacionado à saúde, registra-se que o consumo de calorias diárias de um cubano em 1954-57 (2.730 calorias) era inferior apenas à Argentina (3.100) e Uruguai (2,960) na América Latina. Mas em 1996 o consumo médio na ilha caíra para 2.357 calorias/dia, sendo inferior a países como Paraguai, Equador e Honduras, refletindo o colapso no suprimento de alimentos provocado, principalmente, pela ineficiência da agricultura coletivizada e o calote da dívida com antigos parceiros comerciais no Japão, Europa e América Latina.
Educação e Saúde sempre foram tratadas como peças de propagando pelo regime castrista. E é difícil saber quem mais contribuiu na propagação de mais esta enganosa mitologia cubana: se políticos inescrupulosos como Sanders e Obama, se arremedo de historiadores e educadores que infestam nossas escolas, se a cumplicidade da mídia, ou se os idiotas que alegremente acreditam em qualquer coisa que lhes acenam.
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